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David Bruno Narcizo – Secular

GRITO ROCK A NOVA GERAÇÃO ROCK N’ ROLL 

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Entrevista com David Bruno Narcizo, Organizador e Produtor do Grito Rock Ibaté-SP, o novo mundo do Rock n’ Roll.

Como começou o Grito Rock?

O Festival Grito Rock começou em 2003 em Cuiabá, como uma alternativa ao carnaval no formato de festival independente e colaborativo, porém, com o tempo, o Grito e a Rede Fora do Eixo se espalhou de forma a tomar muitos Países do Mundo.

Como você conheceu esse movimento?

Conheci a rede em 2012 quando, com o CoArtY, estava em produção do EncArtI em Ibaté, depois pude conhecer e realizar o Grito Rock em Ibaté 2013 e achava uma loucura ver Grito Rocks espalhados por todo o mundo e eu fazendo parte de tudo aquilo. Não acreditava como podia uma ideia alastrar tão rápido e em tão pouco tempo. Com o tempo fui entendendo a dinâmica e todo o processo.

Quem produz esses eventos?

Há uma rede de produtores conectados em todo o mundo e uma rede de artistas também conectados a esses produtores e entre si. Quando um evento é lançado, todos os artistas dessa rede ficam sabendo e se inscrevem. O produtor da oportunidade seleciona os inscritos e fazem os eventos. O mais importante é que as relações de intercâmbio passa a ser de muitas formas além da propriamente capitalista. Serviços, objetos, valores subjetivos e tudo mais vai sendo trocado para que o sucesso dos eventos sejam alcançados.

Existe um formato pré- determinado para os eventos do Grito Rock?

Quanto ao Grito Rock há diversos formatos. Cada produtor vai dando a sua cara e a cara do seu coletivo ao seu evento. Então, os Gritos das 400 cidades passam a ser cada um diferente, mas “Todos Gritam”. Há coletivos que focam no audiovisual, outros na parte plástica ou dramática e tudo mais, porém, é predominante a música, mas, lincado a essa linguagem, há muitas outras que vão dando a cara dentro de todo o mundo.gritoE como são definidas as relações financeiras?

Podemos dizer que o Capitalismo, como qualquer outro sistema econômico é uma ferramenta, pra facilitar as relações sociais, o Fora do Eixo e tantos outros coletivos procuram criar uma tecnologia social que funcione dentro de sua realidade para realizar seus eventos e projetos culturais, dessa forma, ações como o Grito Rock pôde chegar a 400 cidade de 40 países em formato de colaboração!

Quais os requisitos básicos para uma banda de rock se inscrever?

Uma banda que se prese tem que ter músicas próprias, pois é o cartão de visita dela. Criar coisas novas e expressar os seus próprios anseios quanto ao mundo e tudo mais. A cena independente, é uma alternativa a quem não aceita o Mercado da Industria Cultural e acredita em algo mais amplo, que é a Economia Criativa, onde novas formas de relação podem existir. Dessa forma, é necessário que haja influencias a qualquer músico, isso enquanto formação, mas que ele tenha seu próprio objeto artístico. Sem contar que, para os produtores facilita de mais, um músico com próprias, quanto às bur(R)ocracias e tudo mais.

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Qual a agenda nacional dos maiores eventos, que acontecerão ainda esse ano?

Há eventos específicos das casas Fora do Eixo e de coletivos com tecnologias próprias, mas outro evento que conectará muitos países e uma gama de produtores será a SEDA-Semana do Audio Visual e o Congresso Fora do Eixo que são importantes plataformas de criação, formação e difusão de objetos artísticos e, o Congresso ainda mais pois conecta uma galera pensando e trocando informações quanto às gestão compartilhada e os mecanismos de colaboração e sustentabilidade.

Finalmente, gostaria que você me falasse qual sua visão futura, para o Grito Rock e para o Rock n’ Roll no Brasil?

Olha, eu sou gestor cultural, produtor cultural e organizador de eventos culturais. O Grito especificamente virou uma plataforma de fruição tremenda onde, além do Rock, há a conexão com outras vertentes da música onde há do Funk e Rap à música Caipira, Música Eletrônica e muito mais.

Hoje não se caracteriza como um Festival de Rock, mas um festival de Artes Integradas o que, gostos à parte, propicia às comunidade a formação do ambiente criativo que queremos e mais, faz que haja um grande trabalho de responsabilidade social e quebra das burocracias estatais e haja uma maior qualidade de vida dentro de uma dada comunidade.

Diferente do Rock in Rio que a estratégia é só de Mercado, no Grito é a apreciação e valorização da Arte como algo maior! Quanto ao Rock n’ Roll não sei que dizer, mas pra mim, tem hora que ele fica restrito à uma certa camada da sociedade.

E isso é fato, comprar uma guitarra, cubo, pedaleira e dar manutenção é caro, fica mais fácil ganhar um cavaquinho, um pandeiro ou fazer um pitbox. Acho que, tirando alguns milagres, o Rock tem que sair da redoma e olhar mais pra sociedade onde ele está inserido, assim com certeza será universal!

Nunca abriria mão dum Raul, Legião, Cássia ou Cazuza, mas tem o Chorão, Matanza e uma pancada de músicos independentes que me chamaram a atenção durante minha vida. Mas ainda o Mercado não tem lançado algo a nível nacional nos últimos anos, talvez porque tenha que ser ruim mesmo pra ser vendido e consumido rápido.

Mas enfim, sou leigo quanto ao Rock especificamente, pra não ser injusto, prefiro dar a minha opinião e voltar às questões de gestão, economia, antropologia urbana e arte!

Obrigado David Bruno Narcizo, e fico na esperança que, os jovens, a cada dia que passe, absorva e viva mais a cultura da boa música, chamada a décadas, por Rock n’ Roll.

Meu fraternal abraço a todos e muito Rock na veia.

Roberto Leal – Rádio Viagem do Rock – www.viagemdorock.com.br

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